A arte de Gustavo e Otávio Pandolfo, mais conhecidos como OSGEMEOS, faz parte do nosso dia a dia. Ela pode estar num muro da rua, na pintura de um avião, na lateral de um prédio de uma cidade qualquer. E, pela primeira vez, ocupa também as salas do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-BH).
Quase mil itens compõem a mostra OSGEMEOS: Nossos segredos, que revelam a vida e a obra dos artistas. A curadoria foi feita pelos próprios irmãos, e a exposição chega de forma inédita para o público de Minas Gerais.
Conheça mais sobre “OSGEMEOS: Nossos Segredos”
Universo lúdico
A nova exposição dos trabalhos de Gustavo e Otávio Pandolfo foi organizada de forma a transmitir informações e sensações sobre uma produção artística bastante peculiar. Esse universo não é perfeitamente traduzível em palavras; são janelas que se abrem para outro mundo, com telas, instalações e murais em espaços urbanos, que brincam com a imaginação dos visitantes.
Essa exposição coloca tudo isso junto. Um desenho num papel pode virar um avião inteiro, pintado com muitas tintas e sobre um fundo totalmente diferente, com técnicas distintas para produzir um efeito que nos caracteriza, e que é parte de nosso processo criativo”, afirma Gustavo Pandolfo.
Otávio, por sua vez, destaca que muitos dos desenhos apresentados em OSGEMEOS: Nossos segredos funcionam como uma espécie de templo: “É onde a gente se encontra em paz, em harmonia, vinculados à família e aos amigos, e, sobretudo, ao que a gente mais acredita. Este é o alicerce do nosso trabalho”, conclui Otávio.
Trajetória e técnicas
O trabalho de Gustavo e Otávio ganhou destaque quando os artistas começaram, no início de 1990, a produzir diversos tipos de arte, com destaque para os grafites nas laterais dos edifícios. Diversos murais criados por eles ocuparam grandes espaços em São Paulo, cidade de nascimento da dupla.
A questão técnica é uma característica fundamental do trabalho. O domínio de diferentes formas de pintar veio da necessidade de trabalhar, desde os anos 1980, com a diversidade de suportes e, muitas vezes, com a escassez de recursos. Frequentemente precisavam combinar o uso de tintas à base de água com o spray, por exemplo.
Gigante no pátio
Um dos destaques da exposição é a configuração renovada de Templo e de Gigante, obras adaptadas especialmente para o espaço do CCBB Belo Horizonte. Ambas estarão estruturadas no pátio interno, numa posição de grande destaque. Pelas galerias do CCBB, telas emprestadas de colecionadores farão parte do conjunto de peças em exposição.
A mostra apresenta também projeções de imagens de obras urbanas, trabalhos que em grande parte foram apagados pelo tempo, pelo poder público ou por motivações de naturezas diversas. Há um recorte da mostra dedicado ao tema, em que são projetados os registros fotográficos da presença efêmera dessas obras nas cidades.
Múltiplas influências
A partir das ruas do Cambuci (SP), um dos berços da cultura hip-hop nos anos 1980, os gêmeos conviveram com o graffiti, o rap e o break, ou seja, com a força da estética visual, da poesia, da música e da dança de rua, que foram elementos fundamentais de formação da dupla.
Essas influências deram origem tanto a personagens peculiares (que habitam as ruas em forma de graffiti), a telas, pinturas e desenhos em papel e madeira, como a uma infinidade de objetos planos e tridimensionais que ganharam vida e cores, num estilo diverso, ao mesmo tempo popular e sofisticado.
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil BH (Praça da Liberdade, 450 – Funcionários)
Quando: Até 22 de maio
Entrada gratuita, com ingressos disponíveis na bilheteria física do CCBB ou pelo site.