Você tem medo de assombração? Se sim, sentimos em lhe dizer que Belo Horizonte traz em sua história diversos lugares mal-assombrados, muitos deles presentes no dia a dia do cidadão local.
Neste artigo, trazemos quatro locais que, pelas lendas e histórias urbanas, são moradia para encostos ou já sofreram aparições paranormais. Confira!
1 – Cemitério do Bonfim
Ao falar de lugares mal-assombrados, não é surpresa que citemos um cemitério.
Em primeiro lugar nós temos, portanto, o Cemitério do Bonfim. Mais antigo de Belo Horizonte, sua inauguração foi em 1897, e até a década de 1940, era o único local de sepultamento em toda a capital.
Desde essa época, o cemitério é assombrado pela lenda da Loira do Bonfim. Dizem que a loira era o espírito de uma mulher que, quando viva, foi abandonada no altar pelo amado no dia de seu casamento. A vergonha e a desilusão do abandono levaram a pobre noiva a se suicidar, e sua alma continuou presa nas ruas de Belo Horizonte.
A loira aparecia como uma mulher pálida, sempre de roupas brancas, que rondava o Centro durante a madrugada para cortejar os boêmios de plantão. Ao encontrar um pretendente, ela dizia que morava no Bonfim e chamava o homem para sua casa.
Ao chegar no bairro, porém, a casa da mulher era o próprio cemitério. Só então ela se mostraria como um fantasma para as suas vítimas, que desapareciam para sempre.
A tradição oral afirma que, antigamente, muitos taxistas e motoristas de bonde se recusavam a trabalhar em períodos noturnos. Tudo para evitar a loira do Bonfim, que sairia pela madrugada ludibriando os homens que passassem em seu caminho.
2 – Palácio da Liberdade
Antes da construção de Belo Horizonte, no século 19, existia nesta região um pequeno arraial chamado Curral del Rey. Seus moradores, em sua maioria pobres, foram expulsos do arraial pela Comissão Construtora da nova capital e seus casebres foram destruídos sem dó nem piedade.
Uma dessas moradoras era Maria “Papuda” (que recebeu essa alcunha pejorativa por sofrer da doença de bócio). Maria era uma mulher negra ex-escravizada que vivia com a família em um pequeno rancho no Curral del Rey, mas por conta da nova capital, teve seu terreno desapropriado para dar lugar ao Palácio da Liberdade.
Reza a lenda que, indignada com a expulsão, Maria Papuda amaldiçoou o terreno e os governantes que lá morariam, dizendo que estes teriam mortes trágicas ou repentinas.
De fato, quatro governadores do século 20 faleceram dentro do Palácio da Liberdade: Silviano Brandão (1902), João Pinheiro (1908) e Raul Soares (1924) e Olegário Maciel (1933). Todos relativamente jovens, entre os 47 e 54 anos, alguns de forma súbita e sem explicação. O que reforçou a crença de que o espírito da idosa estaria assombrando o Palácio da Liberdade.
O medo da maldição era tanto que muitos governadores, como Juscelino Kubitschek e Tancredo Neves, se recusavam a ficar no Palácio depois que anoitecia. Já Israel Pinheiro tentou demoli-lo na década de 1960, mas a ideia não foi para frente.
Amaldiçoado ou não, o Palácio da Liberdade é hoje um dos grandes pontos turísticos de Belo Horizonte. Mas a lenda de Maria Papuda nos lembra que, antes de sua majestosa arquitetura, existiam ali pessoas que foram expulsas de seus lares para a construção de Belo Horizonte.
3 – Viaduto Santa Tereza
O próximo dos lugares mal-assombrados é nada mais, nada menos do que o Viaduto Santa Tereza.
A assombração da vez é o Aventesma da Lagoinha, uma aparição sem rosto que vagaria pela região como uma sombra, deixando um forte de cheiro de enxofre.
No século passado, o Avantesma (sinônimo de “fantasma”, “espectro”) teria como hobby assustar os condutores de bonde. Diz a lenda que ele aparecia dentro dos veículos que passavam pelo viaduto, dando um susto nos motoristas para depois dissolver-se no ar.
Muitos acidentes eram por culpa, diziam as línguas, do Avantesma da Lagoinha. Tal fama fez com que os condutores de bonde, sobretudo aqueles que trabalhavam à noite, morressem de medo de topar com o Avantesma.
Com a retirada dos bondinhos de Beagá, o Avantesma perdeu seu hobby preferido. Sendo assim, o espírito teve de se reinventar, passando a assombrar pedestres e motoristas de carro que passam pela região.
4 – Quadra do Vilarinho
Se a aparição de fantasmas já causa medo, imagine só do próprio Coisa Ruim?
Em 1989, moradores do Vilarinho, em Venda Nova, faziam um baile funk em uma quadra local quando receberam a visita de um forasteiro.
Ninguém conhecia o homem, que trajava um chapéu e era bastante boa-pinta. Mas para além da beleza, ele chamou bastante a atenção por suas habilidades dançarinas, encantando as mulheres da festa.
Ele dançava com uma moça local quando, por descuido, deixou cair o chapéu. Isso revelou a todos um par de chifres na cabeça do forasteiro, que ao ser descoberto, correu para longe da pista de dança. A multidão foi atrás dele, mas não conseguiu conter o intruso, que partiu deixando um forte cheiro de enxofre.
À época, o acontecimento foi notícia em diversos jornais e revistas. Moradores do Vilarinho que participavam do baile afirmam até hoje que, além do chifre, o homem também tinha pés de bode.
Após causar tanto rebuliço, o Coisa Ruim nunca mais apareceu rondando as festas do Vilarinho. Ainda bem!