Na última quarta, 21, o Conselho Municipal do Meio Ambiente (Comam) aprovou o corte de 63 árvores no entorno do Mineirão para realização de uma das etapas de Stock Car em Belo Horizonte.
A prova, que está prevista para ocorrer entre 15 e 18 de agosto, recebeu o aval de dez conselheiros ambientais, sendo vetada por dois. Saiba mais a seguir:
Comam libera corte de árvores para realização de Stock Car
Em dezembro de 2023, a prefeitura fechou um acordo com a empresa que organiza o Stock Car, para que ela realize, por cinco anos consecutivos, uma edição anual da corrida em BH. As corridas ocorrerão ao redor do Estádio Mineirão, nas avenidas Carlos Luz, Abraão Caram, Coronel Oscar Paschoal e Rei Pelé.
Para tal, será necessária a montagem de um circuito automobilístico na região, o que irá requerer o corte de 68 árvores no decorrer do percurso, sendo seis delas ipês-amarelos, espécimes considerados imunes de corte pela lei estadual. Segundo a Prefeitura, “se tentará” transplantar quatro destes ipês para outro local.
Como medida compensatória, 688 novas árvores deverão ser plantadas, sobretudo na região da Pampulha. Além disso, a empresa responsável pelo Stock Car deverá cuidar da manutenção destas árvores durante cinco anos, enquanto o evento ocorrer em BH.
Segundo a Prefeitura, após o aval do Comam, o evento precisa agora passar por novos licenciamentos de outros órgãos municipais.
Parecer da Secretaria avaliou possíveis impactos
Dia 31 de janeiro, a Secretaria do Meio Ambiente divulgou um parecer técnico sobre a possível realização do Stock Car em BH, sobretudo sobre o corte de árvores na região.
A pasta indica um “impacto ambiental negativo” decorrente dos cortes, mencionando por exemplo a intensificação de ondas de calor. Além disso, cita-se os impactos sonoros que viriam das corridas, o que poderia afetar, afirmam eles, o Hospital Veterinário da UFMG, localizado na avenida Carlos Luz.
Essa porção é mais sensível por se tratar de um local de tratamento médico veterinário e haver poucas árvores que permitam um mínimo de isolamento acústico, faz se necessário lembrar que os animais ali em tratamento possuem uma acuidade auditiva muito superior à dos serem humanos”, diz um trecho do documento.
A pasta aponta, ainda, para um possível aumento de liberação de óleos na Lagoa da Pampulha, que está a 200m das avenidas selecionadas, fazendo necessária uma limpeza do local após o evento.
A avaliação técnica da Secretaria aponta também para a “remoção de canteiros centrais, passeios, passagens elevadas de pedestres, ilhas de semáforos e postes”. Além do alargamento de via e construção de muros na Carlos Luz.